Em tempos de crises, gastamos enorme energia querendo mudar o
que não está ao nosso alcance.
Queremos mudar a situação que nos desagrada. Queremos mudar a
atitude dos outros. Queremos mudar o rumo dos acontecimentos.
Mas nada disso depende de nós. Os fatos da vida normalmente
nos chegam como desafios a serem vividos e não situações a serem esquecidas ou
ignoradas.
O comportamento dos irmãos que contigo partilham a jornada,
ainda que te afete, te faça sofrer, é uma opção deles, faz parte do exercício
do livre arbítrio de cada um.
Lembre-se que cada um só dá o que tem e não se pode esperar
da criança espiritual uma atitude madura, ainda que o ser, nesta existência,
possua a aparência adulta.
Então, o que nos resta fazer em situações de crise?
A única atitude que nos cabe é olhar para dentro de nós, consultar
nossa consciência para buscar compreender o que a vida quer nos ensinar com a
situação que nos abala.
Lembre-se que não existem vítimas, que Deus é bom e que não cai
sequer uma folha da árvore sem que Ele consinta.
Não quero com isso dizer que Deus apoie o mal que acontece. Não,
ele apenas permite que ajamos conforme nossas consciências, transformando, entretanto,
aquilo que consideramos o mal em lições que, se aproveitadas, nos tornam mais
fortes e preparados para os desafios que se descortinarão no futuro.
Cabe a nós passar pelas tribulações com fé, com humildade e
resiliência. Cabe a cada um de nós a consciência das imperfeições que ainda
temos que trabalhar. Todos nós somos rápidos em apontar as falhas alheias, na
mesma proporção que buscamos justificar as nossas.
É imprescindível o trabalho do autoconhecimento para que
possamos desnudar nossa alma diante de nós mesmos, sem as inúmeras máscaras que
adotamos ao longo da vida, buscando uma falsa segurança.
Meus irmãos, a verdadeira felicidade, não é ter é ser. Ser leal
aos seus sentimentos, acolhendo os que ainda te envergonham, te constrangem,
para, não os abraçar como fatalidade, mas trabalha-los intensamente para que
você, de verdade, se transforme no ser que você hoje idealiza.
Para isso, é preciso parar de olhar para o outro e começar a
olhar para si mesmo, indagando à tua consciência: o que posso mudar? Que valores
desequilibrantes ainda guardo n’alma? Como posso tratar melhor as pessoas com
quem convivo? Como fazer para me desapegar das mágoas e rancores que ainda
carrego comigo?
É assim, meus irmãos, num intenso e disciplinado trabalho de
evolução interna que nos será possível enfrentar qualquer situação que a vida
nos apresentar, com mais confiança e força.
Não há outra forma.
Então, mãos à obra, meus irmãos, que daqui lhe forneceremos inspiração
e energia para essa tarefa que se faz urgente, para cada um de vós.