Próximos do natal as almas se tornam mais sensíveis e a caridade é ato que passa a ser lembrado por todos quantos querem mais se aproximar do Criador.
Hoje se a caridade material se faz
tão necessária, é da caridade moral que as almas mais estão carecidas.
Mesmo se saciadas a fome e o frio, o
ser ainda permanece entorpecido na dor do esquecimento e da ausência de si
mesmo.
Então, nesse final do ano distribua
roupas, há tantos necessitados de tudo; doe, também, alimentos. À pessoa faminta
não se pode exigir nada além do desespero da fome.
Mas, para além disso, doe de si mesmo
ao outro. Há tantos que necessitam de atenção e carinho, que precisam
simplesmente ser vistos e considerados.
Será que lhe custará demais endereçar
um sorriso àqueles com quem você cruza o caminho?
Será que será oneroso, se você utilizar
seu tempo para ouvir a pessoa que lhe pede atenção?
Será que passar ao largo da dor,
aparentando insensibilidade para com as dores que vicejam ao seu redor, o
tornará imune às provas da vida?
Hoje é o outro que passa por
dissabores, amanhã pode ser você.
E se um dia a prova da escassez o
visitar, como você gostaria de ser tratado?
Ser-lhe-ia agradável parecer
insensível aos olhos de todos e um estorvo para a comunidade?
Estenda as mãos àqueles que passam
por necessidades materiais, por intermédio das inúmeras instituições sérias de
caridade e acolhimento que existem, mas, ao mesmo tempo, conceda aos outros o
melhor de si.
Busca compreender se dentro da sua
própria casa, há alguém que carece da sua atenção, da sua compreensão, do seu
carinho e do seu perdão. Pais, filhos, irmãos, parentes de toda ordem para quem
há muito a palavra fraterna não é dirigida, o olhar amoroso não é endereçado e
a compreensão cristã não é aplicada nas rusgas do dia-a-dia.
Esperar que o outro mude, que a situação
se modifique, que seus desejos sejam priorizados, que suas opiniões sejam
consideradas para então ser agradável e gentil não é uma conduta cristã.
Não foi por menos que Jesus nos
convidou a amar os nossos inimigos, exortando-nos a compreender as pessoas que se
digladiam conosco, que nos tiram do sério e testam a nossa paciência.
Compreender que o outro também tem
direito de pensar e agir diferente; compreender que cada um vê a vida com as
lentes dos seus padrões mentais e dos seus valores e que, por isso, a realidade
não é só a que você percebe; compreender que somos todos imperfeitos e a percepção
do erro alheio só deve nos servir para amadurecer e modificar a nós mesmos e não
o outro; compreender que a nossa missão é, antes de tudo, conosco, com a nossa
evolução e que, mais do que palavras, as pessoas são arrastadas é pelo exemplo.
Espalhe, pois, meu amigo, a sua luz,
a sua alegria, os seus melhores sentimentos e emoções onde quer que você passe,
a quem quer que lhe solicite atenção.
E se no caminho alguém lhe ferir os
sentimentos, fortaleça seu propósito em servir e fazer o bem e segue perdoando
e arrastando a todos pelo exemplo de caridade e compreensão.
Se você sair da ilusão terrena, verá
que isso não é fraqueza. É preciso ser forte para perdoar e seguir adiante.
Fortaleça-se na fé e na oração. O Cristo
espera mais de você.
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