Daquilo que muito sabes
A respeito da tua dor
Repousa o que ainda
desconheces
Dos dons de que és
possuidor.
Que dormem em berço
intocado
Por tu ainda não os teres
acionado.
E aquilo que te
desconforta
Não é mais que uma porta,
Que ao ser aberta
libertará, de ti,
O que desconheces mais lá
está.
Já que seduzidos por uma
condição
Que, momentaneamente, nos
inabilita a ação;
Deixamos de perceber
aquilo
De que somos para ser.
Bendita, contudo, essa
dor
Se nos levar a despertar
Para tudo o que possuímos
De potencial a alcançar.
E sabendo que esse
despertar
Assim não a precisava se
dar,
Não nos deixemos mais
adormecer
Para não ter que acordar
a sofrer.
Se desperto, então, tu
estás
Abre tua porta de dons e
vai
Construir de ti um novo
ser,
Pois muito tens a oferecer:
Numa vida de construção,
No amparo ao teu irmão,
No olhar-se em
auto-descobrimento
A partir de agora e a
cada momento.
E a função da dor
cessará,
Pois o aviso que veio dar
foi recebido
E te fez despertar.
Esse é o caminho de
formação
Do ser que se promove à
visão.
Que se apropria do que
vive para ver
Que do desconforto que
precisou viver
Entendeu o que precisa
saber.