quinta-feira, 21 de junho de 2018

21 de junho de 2018 - Grupo Bezerra de Menezes


Daquilo que muito sabes
A respeito da tua dor
Repousa o que ainda desconheces
Dos dons de que és possuidor.
Que dormem em berço intocado
Por tu ainda não os teres acionado.
E aquilo que te desconforta
Não é mais que uma porta,
Que ao ser aberta libertará, de ti,
O que desconheces mais lá está.
Já que seduzidos por uma condição
Que, momentaneamente, nos inabilita a ação;
Deixamos de perceber aquilo
De  que somos para ser.

Bendita, contudo, essa dor
Se nos levar a despertar
Para tudo o que possuímos
De potencial a alcançar.
E sabendo que esse despertar
Assim não a precisava se dar,
Não nos deixemos mais adormecer
Para não ter que acordar a sofrer.

Se desperto, então, tu estás
Abre tua porta de dons e vai
Construir de ti um novo ser,
Pois muito tens a oferecer:
Numa vida de construção,
No amparo ao teu irmão,
No olhar-se em auto-descobrimento
A partir de agora e a cada momento.
E a função da dor cessará,
Pois o aviso que veio dar foi recebido
E te fez despertar.

Esse é o caminho de formação
Do ser que se promove à visão.
Que se apropria do que vive para ver
Que do desconforto que precisou viver
Entendeu o que precisa saber.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

14 de junho de 2018 - Grupo Bezerra de Menezes


                   Como nos percebemos no mundo? Que avaliação fazemos de nós mesmos? Que parâmetros utilizamos para nos situarmos no espaço que nos abriga?
              Em geral, nos avaliamos a partir de comparações com as conquistas de outrem. Natural que assim seja visto vivermos em um mundo em que desejos e aspirações são norteados por um grupo de requisitos considerados desejáveis e importantes para a realização pessoal de cada um.
                   Contudo, mesmo os tendo alcançados, muitas vezes a sensação de vazio ainda permanece. A sensação de que algo ainda precisa ser conquistado resiste fortemente em nós. Via de regra, reagimos a isso intensificando nosso intento em obter mais e mais do que já possuímos. E a satisfação não chega...e não chegará, pois aquilo que já alcançamos, já alcançamos. Não é MAIS do já temos que trará a calma que anelamos.
                      É nesse ponto da busca que podemos despertar para os questionamentos necessários sobre o que em nós precisa ser visto e aprimorado; o que em nós reclama cuidado e atenção; o que em nós, mormente na nossa maneira de pensar e agir, pode ganhar o olhar compreensivo e carinhoso de nós mesmos para ser um pouco diferente. Algo que não nos deixa feliz quando pensamos ou fazemos...
                        Essas, talvez, sejam as conquistas a conquistar. Não serão vistas como as vitórias esperadas de nós, mas serão as vitórias esperadas por nós. As vitórias que nos trarão a verdadeira satisfação pessoal. Do reconhecimento do que fomos e da aceitação de quem somos. E desse reconhecimento e aceitação, quanto MAIS tivermos mais felizes seremos.
                        Olhemos, portanto, agora, para as partes esquecidas de nós mesmos; tiremo-nas das sombras. Acolhamo-nas na certeza de que, por mais estranho que pareça a nossa felicidade virá de lá.