Por que guardamos tantas mágoas? Acaso imaginamos nos encontrar num planeta de seres elevados, isentos de erros e cujas condutas são pautadas por atitudes nobres e justas?
Se nós mesmos não conseguimos manter
permanentemente uma conduta reta em nossa jornada, por que exigimos do outro o
que nós mesmos não podemos conceder à vida?
Adotando uma postura egóica, passamos
a exigir do outro uma perfeição que não existe neste planeta e nos desiludimos
quando temos esse desejo contrariado. Mas lembrem-se que só se desilude quem
primeiro se iludiu.
Então, que tal mudar o foco do outro
para dentro de si? Indagar-se o porquê de tanta mágoa, o motivo pelo qual você se
magoa diante as circunstâncias e das atitudes daqueles que você compartilham
esta jornada terrena.
Carregar mágoas é o mesmo que coletar
na estrada pesadas pedras que dificultam o caminho e tornam mais pesada a
jornada.
Ainda que dificultando a nossa vida, carregamos
nossas mágoas e temos dificuldades de nos desapegarmos delas.
Não podemos deixar de considerar que
ao dirigirmos pensamentos desagradáveis em relação àqueles que nos magoaram,
somos nós que primeiro nos imantamos desses pensamentos negativos. Somos nós
que nos intoxicamos com as emoções descontroladas, que advém da mágoa que nos atinge.
Mas será que a responsabilidade é
mesmo do outro? Será que de alguma forma não contribuímos para a situação que
nos causou a mágoa? Talvez tenhamos supervalorizado a situação ou o outro, sem
mesmo o saber, tenha tocado numa dor oculta de nossa alma.
Ao nos colocarmos no papel de vítima,
perdemos a oportunidade de analisar os nossos atos, crescer com essa percepção
e legitimamos uma mágoa que nasceu em nós, a partir de nossas próprias
escolhas. Sim, porque se magoar e permanecer magoado é unicamente escolha
nossa.
Há os que nunca se magoam, porque
estão focados em si mesmo, sabem do que são capazes ou não, têm plena convicção
de sua personalidade e não se deixam abalar pelos fatores externos. Têm dentro
de si mesmo a responsabilidade pela sua felicidade e também pela sua
infelicidade.
Esses conquistaram uma jornada mais
leve, ainda que não isenta de provas, desafios e mesmo de dissabores, porque
aprenderem a distinguir o que é seu e o que é do outro.
Tenham, pois, compaixão, meus filhos,
pelos defeitos dos outros. Aprendam a compreender as falhas alheias, estendendo
suas mãos a essas almas ainda recalcitrantes nos caminhos desviados da
incompreensão. Mas sejam duros consigo mesmos, para que a consciência possa
encaminhá-los sempre na direção da evolução e do autoaprimoramento e vocês não se
percam no caminho.
Abram mão da mágoa que corrói o
espírito e desarmoniza as relações e cultivem o perdão e a misericórdia que unem
os corações.
Superar a si mesmo, eis a missão de
cada um de nós. Se no percurso pudermos somar com atitudes positivas e
agregadoras, contribuiremos não só para a nossa própria evolução, mas também do
próprio planeta. É isso que Jesus espera de nós quando nos convida a amar ao
próximo como a nós mesmos.
Felicidade, meus filhos, é escolha, é
disciplina, é esforço contínuo, é conquista.
Trabalhe, pois, em prol de si mesmo,
amando a humanidade, desapegando-se das mágoas egoístas e abraçando a
compreensão e o perdão que trazem luzes.
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